Sei o que quero e para onde vou
No centro de mim não existe hipocrisia
Sinto muitas vezes é a desilusão
De olhar este mundo de um só padrão
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Não tem cores. Nem poucas , nem em demasia
Simplesmente é cinza morto
Cinza estranho… dos mortos-vivos
Mas eu acordo todos os dias
e pego nos meus lápis ou num giz
E pinto os meus brancos sonhos com lápis de carvão .
No entanto, através do olhar dos outros, eles vislumbram sempre as cores de um arco-íris
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Se na vida, eu só servir para colorir
Para dar cor ao olhar dos outros…
Tudo valeu !
Não tive medo de colorir num só padrão
Nunca fingi usar todas as cores do arco-íris
Nunca tive medo da desilusão
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Se um dia acordar e ao olhar o horizonte
Não vislumbrar as cores com que pinto os meus dias…
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Eu colori , eu estive inteira aqui !
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Serão os olhares dos outros que mataram o meu arco-íris
Não faz mal …foi só de raspão!
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Sem perda relevante na vida de uma pintora
Pois no dia seguinte…
Eu pegarei no meu lápis e no meu giz
E lá vou eu colorir a vida…
Só com o poder nas mãos , dessa bela lição .
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Paula Gouveia